Evangélicos criam abaixo-assinado contra Marco Feliciano

Eleição de Marco Feliciano vem sendo criticada pelo país. (Foto: Estadão Conteúdo)

Eleito novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), ao contrário do que se imagina, não vem recebendo apoio da massa evangélica em sua totalidade. A Rede Fale, representante de 39 grupos religiosos, anunciou seu repúdio à eleição e lançou abaixo-assinado para retirá-lo do cargo.

Descontentes com a posição homofóbica e racista do presidente, a instituição defende os valores pregados dentro das igrejas evangélicas, citando nomes de religiosos que trabalharam em defesa dos direitos humanos. 

“Os exemplos históricos de cristãos envolvidos com os Direitos Humanos são vários, figuras como a do pastor batista Martin Luther King Jr. ou do bispo anglicano Desmond Tutu nos inspiram por exatamente colocarem a fé como o motor para suas ações de promoção e defesa dos direitos”, diz a Rede Fale, em carta aberta publicada em seu site.

Além do comunicado, o grupo lançou um abaixo-assinado visando anular a eleição de Marco Feliciano. Esta não é a primeira manifestação contra a eleição do pastor à presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Um grupo de internautas iniciou uma mobilização no Facebook para promover neste sábado (9) uma mobilização em 10 cidades brasileiras.

Chamado de “Ato de Repúdio” à nomeação do parlamentar, o evento deve acontecer simultaneamente às 14 horas. Em São Paulo, os manifestantes devem se concentrar na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação.

Veja a carta da Rede Fale na íntegra

“Nós, da Rede FALE, somos evangélicos/as oriundos de diversas igrejas evangélicas, tradicionais e pentecostais, que militam no campo dos direitos humanos. A Rede FALE foi criada inspirada no texto de Provérbios 31.8-9 há 10 anos e tem como vocação ser um testemunho do engajamento e da fé dos cristãos na sociedade brasileira. Um dos elementos centrais de nossa ação é a compreensão que a oração é um poderoso instrumento para mudar a realidade, reunindo em nossas ações a mobilização de grupos para reuniões de oração, como também para manifestações e ações públicas.

Neste contexto recebemos com interesse a notícia de que o PSC seria responsável pela presidência da CDHM. Temos a convicção de que a base da garantia dos Direitos Humanos está no reconhecimento da sacralidade da Vida, que provém, como cremos, da imagem e semelhança de Deus que todo ser humano possui (Gn 1.26-27). Acreditamos também que a maneira como tratamos outro ser humano é reflexo de nossa atitude para com o Criador.

Desprezar o primeiro é desrespeitar o segundo (cf. Pv. 14.31; Tg 3.9). Os exemplos históricos de cristãos envolvidos com os Direitos Humanos são vários, figuras como a do pastor batista Martin Luther King Jr. ou do bispo anglicano Desmond Tutu nos inspiram por exatamente colocarem a fé como o motor para suas ações de promoção e defesa dos direitos.

Os necessários avanços dos Direitos Humanos no Brasil poderão acontecer sob a gestão do PSC e, para tanto, nos parece estratégico ouvir o clamor das ruas e dos movimentos sociais com respeito à escolha, pelo partido, de um nome que não traga tamanha carga negativa para a presidencia da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

O PSC possivelmente possui em seus quadros outros parlamentares que possam assumir a presidencia da comissão, e que poderiam contribuir com uma postura conciliadora e propositiva, na qual Cristo tem sido nosso maior exemplo. Parlamentares mais experientes e entendidos dos ritos e processos da casa também seria um importante critério, considerando o destaque que a comissão possui.

Prezado irmão, escrevemos aqui sob o temor ao nosso Deus e conscientes de que há um caminho de consenso para esta situação. A ninguém, e muito menos aos direitos humanos, interessa que seja estabelecida uma disputa entre posições extremas, ou mesmo entre visões que se percebem antagônicas.

Em oração para que Deus os cuide e ilumine nessa importante tarefa que têm pela frente, despedimo-nos,

Em Cristo,

Coordenação Nacional da Rede FALE

Fonte: Yahoo Notícias

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